Encontro de Cinemas Movidos a Energia Solar termina nesta terça-feira

O Brasil sedia desde a semana passada o 1º Encontro Internacional de Cinemas Movidos a Energia Solar. O evento, que começou no último dia 6 de fevereiro, reúne representantes de projetos de 12 países, entre eles, África do Sul, Austrália, Estados Unidos, Grécia, Holanda e México. 

Depois de passar pela capital paulista e por Maxaranguape, no Rio Grande do Norte, a cidade de São Miguel do Gostoso, também no Rio Grande do Norte, recebe a última etapa do encontro com uma programação que vai até está terça-feira (11).  

Temas como cinema, meio ambiente e sustentabilidade estão no centro das exibições de curtas e vídeos, com produções do Brasil, Nepal, Saara Ocidental, Holanda, Croácia e Chile. A entrada é gratuita e aberta ao público. Após as exibições são promovidos debates sobre os temas abordados nos filmes. 

O Cine Solar, primeiro cinema itinerante brasileiro movido a energia solar, leva o audiovisual para todo o país a mais de 10 anos e é um dos participantes do encontro. A idealizadora do projeto, Cynthia Alario, destacou em entrevista às Nações Unidas, um dos parceiros nas exibições, sobre o cinema como ferramenta de incentivar a consciência ambiental. 

"Tem várias iniciativas espalhadas pelo mundo que atuam também juntando o cinema com sustentabilidade. Então, é entender como é que a arte pode ainda mais inspirar as pessoas e o que nós, seres humanos, podemos atuar e fazer diferente para nossa geração e para gerações futuras. Então, esse trabalho também com as crianças no nosso cinema é primordial para as atividades".

Cynthia destaca também sobre a importância da sustentabilidade ser levada às comunidades onde o tema não costuma ser debatido e praticado; e que o cinema acaba fazendo esse papel de maneira coletiva. 

"Então, é muito comum a gente ter na nossa sessão o avô, o pai, a mãe e o filho. Então, ter essa junção geracional para trazer essa consciência. Junto com isso, quando a gente monta o nosso cinema, a gente monta cinema ao ar livre, em vilas, em comunidades quilombolas, em aldeias indígenas, em locais vulneráveis socialmente".

A maioria dos projetos funciona a partir de vans equipadas com placas solares. Um sistema conversor de energia solar para elétrica permite fazer a exibição de filmes e apresentações artísticas. No interior dos veículos, há assentos para o público e um telão, que são levados para a montagem das “salas de cinema”. Mas cada lugar tem as suas particularidades. No Nepal, por exemplo, a estrutura é transportada por burros de carga; na Austrália, foi adaptado um trailer; e no Saara Ocidental é utilizado um carro com tração nas quatro rodas.