A expectativa de vida do brasileiro aumentou nas últimas décadas, no entanto, a esperança de viver por mais tempo não é a mesma para quem é jovem e negro no país.
A Anistia Internacional começou neste domingo a campanha "Jovem Negro Vivo" com apresentações artísticas e manifestos, no Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio.
A dona de casa Maria de Fátima dos Santos Silva, de 55 anos, aderiu ao movimento, após perder o filho, Hugo Leonardo dos Santos, de 33 anos.
Ele foi baleado, em abril de 2012, durante uma operação da polícia na Rocinha, na zona oeste do Rio.
Apenas em 2012, 56 mil jovens entre 15 e 29 anos foram mortos, desse total, 77% eram negros. Para o assessor de direitos humanos da Anistia Internacional, Alexandre Ciconelo, existe uma indiferença por parte da opinião pública e das autoridades quando as vítimas de homicídios são jovens, negros e moradores de áreas de risco social.
No Aterro, a atividade começou com a disputa conhecida como batalha do passinho. Em seguida, o público acompanhou o duelo de barbeiros e a música com os DJ Saens Peña e Flash.
Um grupo de voluntários recolheu assinaturas da plateia. O manifesto e o abaixo-assinado serão entregues aos governadores dos estados brasileiros e à Presidência da República.