Durante o período de atuação, a Comissão Nacional da Verdade ouviu mais de mil depoimentos, histórias que marcaram a vida e a memória de muitas pessoas que viveram durante a ditadura.
Relatos como o da ex-militante da ALN - Ação Libertadora Nacional, Iara Xavier, que perdeu os irmãos Iuri e Alex em 1972.
As violações aos direitos humanos chegaram aos quarteis. Militares também foram presos e torturados. Lareano Silva dos Santos foi um deles.
O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari, detalha que as principais vítimas no início do regime eram militares.
Se os depoimentos foram importantes para descobrir a verdade, encontrar os restos mortais de pessoas desaparecidas ainda é um desafio.
Durante os trabalhos da Comissão, apenas um corpo foi encontrado: do líder comunista maranhense Epaminondas Gomes de Oliveira, enterrado no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília.
Com a descoberta 43 anos depois, a família finalmente conseguiu passar pelo ritual do luto, como afirmou Epaminondas Neto durante audiência pública realizada em agosto.
O historiador da Universidade de Brasília, José Otávio Guimarães, explica que localizar os desaparecidos é importante para o processo de luto dos familiares.
Com o encerramento das atividades da Comissão Nacional da Verdade, no dia 16 de dezembro, a busca pelos desaparecidos continua para que as famílias tenham direito não só à verdade, mas também à memória e ao luto.