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Direitos Humanos

Comitê de crise avaliará situação fundiária no Maranhão envolvendo indígenas Gamelas

Funai
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Graziele Bezerra
02/05/2017 - 14:58
Brasília

A Fundação Nacional do Índio (Funai) criou um comitê de crise para acompanhar os desdobramentos do conflito envolvendo índios e não índios em um distrito no município de Viana, no Maranhão.


A comitiva segue nesta tarde (2) para o estado e vai elaborar um relatório sobre a real situação da disputa agrária na região. 


No último domingo (30), uma briga por terras acabou deixando vários feridos. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), mais de dez índios foram atacados com golpes de facão e pauladas. Um, inclusive, teve as mãos decepadas. 


O governo do Maranhão diz que foram sete os feridos e que um dos indígenas teve fratura exposta nas mãos, foi operado e continua internado. No total, três indígenas seguem hospitalizados.


O presidente da Funai, Antônio Costa, falou, nesta terça-feira, pela primeira vez sobre o assunto.  Segundo ele, “a questão agrária do país exige um estudo do governo brasileiro, do Estado brasileiro”.


Antônio Costa acrescentou que isso amenizaria “ao longo dos anos” conflitos como o do Maranhão.


“Conflitos a gente não tem como evitar. São conflitos às vezes premeditados. Estamos controlando as situações mais conflituosas, as questões mais conflituosas, e isso foi uma situação que fugiu do controle policial e das próprias instituições”, ressaltou o presidente da Funai. 


Uma força-tarefa formada pelos órgãos de segurança do Maranhão, além da Polícia Federal, Ordem dos Advogados (OAB), Ministério Público Federal (MPF) e organismos de defesa dos direitos Humanos também atuam para esclarecer o conflito envolvendo índios gamela. 


Em nota publicada no site oficial, o governador Flávio Dino garantiu que todos os envolvidos serão ouvidos: posseiros, proprietários de terras, indígenas e políticos da região, acusados de incitar o ódio entre índios e não índios.

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