Moradores da Vila Autódromo aguardam ações de reparação um ano após Olimpíadas
Um ano após a realização dos Jogos Olímpicos, os poucos moradores que restaram na Vila Autódromo, comunidade removida durante as obras dos jogos, ainda aguardam que a prefeitura do Rio cumpra com o acordo feito. De quase 600 famílias que moravam há décadas no local que fica ao lado do Parque Olímpico, apenas 20 resistiram às propostas de indenização para remoção.
O poder municipal, então, se comprometou a reurbanizar a área devastada por inúmeras demolições. Mas a acupunturista Sandra Maria de Souza, uma das resistentes, conta que as casas construídas já apresentaram problema no momento da entrega e que outras promessas não foram cumpridas.
Ela afirma ainda que a comunidade tem tentado dialogar com a nova gestão da prefeitura, agora sob o comando de Marcelo Crivella, mas que os moradores vão procurar a Justiça caso nenhuma providência seja tomada. E a insatisfação também reside entre as mais de 300 famílias que aceitaram se mudar para um condominio do programa Minha casa, Minha vida.
O eletroténico Orlando Santos explica que diante da pressão feita pela prefeitura para fechar os acordos das indenizações, muitas pessoas, como ele, receberam valores injustos.
A coordenadora da Anistia Internacional, Renata Neder, acompanhou o processo de perto e afirma que a comunidade já resistia há décadas contra as tentivas de remoção em meio ao processo de expansão imobiliária da Barra da Tijuca.
Finalmente , os moradores foram vencidos pelo apelo dos megaeventos realizados na cidade, que de acordo com um dossiê lançado pela organização, provocou a remoção de mais de 22 mil famílias.
A secretaria de Urbanismo, Infrestrutura e Habitação admitiu que alguns dos compromissos firmados com os moradores remanescentes não foram cumpridos pela gestão anterior. Mas dissr também que não há previsão para que sejam entregues porque a prefeitura esta priorizando programas como o Bairro Maravilha.
Além disso, a prefeitura afirmou que os dados sobre as indenizações são sigilosos, mas que todas as parcelas devidas às pessoas que se mudaram para o condominio do Minha casa, Minha vida estão sendo pagas.
Com informações de Akemi Nitahara, da Agência Brasil.