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Direitos Humanos

Acusados de chacina em Pau D'Arco vão à juri popular

Justiça
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Renata Martins
21/02/2019 - 10:26
Brasília

A Justiça do Pará mandou prender 16 acusados por chacina em Pau D’Arco (PA), que vão à júri popular.

 

A decisão é da juíza Elaine Neves de Oliveira, da Vara Criminal da Comarca de Redenção. A magistrada retirou a acusação contra Francisco Ragau Cipriano de Almeida por considerar o depoimento de testemunhas que afirmaram que ele não esteve no local do crime, devido à problemas mecânicos em seu veículo.

 

Os acusados são policiais militares e civis do Pará que participaram de uma operação na Fazenda Santa Lúcia, contra trabalhadores rurais sem-terra, em maio de 2017. O resultado da ação foi dez trabalhadores mortos e dois sobreviventes feridos.

 

A juíza separou os crimes por dois grupos de atuação. O primeiro, segundo a acusação, comandado por Carlos Kened Gonçalves de Souza investiu a pé pela mata.

 

A segunda equipe foi comandada pelo delegado Valdivino Miranda e, quando chegaram ao local dos fatos, algumas vítimas ainda estavam vivas. De acordo com a denúncia, há indícios de que todos concordaram que as vítimas fossem eliminadas de modo a manter íntegra a versão de confronto com as vítimas.

 

A sentença foi proferida nessa terça-feira (19) e cabe recurso.

 

Todos os acusados vão responder pelos crimes de homicídio qualificado das dez vítimas.

 

Outras acusações como tentativa de homicídio, tortura, associação criminosa e fraude processual são imputadas a alguns acusados.

 

Dois réus fizeram delação premiada: Raimundo Nonato de Oliveira Lopes e Valdivino Miranda da Silva Junior. Eles pediram perdão judicial, o que deve ser decidido apenas durante o julgamento.

 

A reportagem conversou com Adilson Vitorino, advogado de defesa de oito dos 16 acusados. Vitorino afirma que ainda não foi intimado, mas que vai recorrer da sentença.

 

A defesa quer anular a decisão alegando que o direito de defesa foi cerceado e que não há prova de autoria dos homicídios. Segundo Vitorino, os acusados agiram em total cumprimento legal, foram recebidos a tiros e revidaram no meio da mata.

 

Perícia da Polícia Federal indica que não houve confronto e que os policiais teriam atirado contra os trabalhadores rurais em uma ação planejada.

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