Força-tarefa não vê indícios de invasão, e conselho Wajãpi acredita que vistoria não foi completa
A força-tarefa que investiga um possível conflito e a morte de um cacique na Terra Indígena Wajãpi, no Amapá, informou que a diligência realizada por agentes da Polícia Federal na região não encontrou indícios de invasão de garimpeiros armados, conforme denúncia de lideranças indígenas.
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, procuradores do Ministério Público Federal, que integram a equipe de trabalho, também afirmaram que não foi possível elucidar a morte do cacique Emyra Waiãpi. O corpo dele foi encontrado em um rio na semana passada. Os indígenas afirmam que Emyra foi assassinado e pedem investigação.
O presidente Jair Bolsonaro comentou o caso e disse que a Polícia Federal está encarregada de desvendar o que aconteceu.
Sonora: "Não tem ainda nenhum indício forte de que esse índio foi assassinado lá agora. Chegaram várias possibilidades. A PF está lá, quem nós pudermos mandar para lá já mandamos para buscar desvendar o caso e buscar a verdade sobre isso aí".
O território indígena Wajãpi fica no município de Pedra Branca do Amapari, a 200 quilômetros da capital, Macapá. O Ministério Público Federal abriu dois procedimentos investigativos sobre o caso. Policiais militares e servidores da Funai estão na área.
Em nota, o Conselho das Aldeias Waiãpi afirma que os policiais federais não percorreram toda a área e, por isso, os indícios de invasão não foram encontrados. De acordo com o conselho, os guerreiros indígenas permanecem de guarda nas proximidades do local onde garimpeiros armados podem estar e na rota de saída da Terra Indígena.
A OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos solicitaram ao governo brasileiro proteção do território e ações para prevenir violações de direitos humanos.