Manifesto nas redes sociais marca os 15 anos da Chacina da Baixada
Um crime que marcou a vida de dezenas de famílias completou 15 anos nesta semana. O episódio, conhecido como Chacina da Baixada, aconteceu em 31 de março de 2005 em Nova Iguaçu e Queimados, municípios da região.
Um grupo armado, formado por policiais militares, atirou indiscriminadamente, deixando um rastro de 29 mortes.
Todos os anos, como forma de manifestar o luto e protestar contra o massacre, mães e familiares das vítimas realizam uma caminhada pela Rodovia Presidente Dutra, percorrendo o caminho feito pelos assassinos e passando pela rua Gama, em Nova Iguaçu, principal palco da tragédia.
Mas, desta vez, as medidas de isolamento social impostas para conter a pandemia do novo coronavírus deram um rumo diferente às manifestações.
Através das redes sociais, desde o dia 24, são divulgadas homenagens nas páginas do Fórum Grita Baixada, organização da sociedade civil voltada para os direitos humanos e a segurança pública, tendo a Baixada Fluminense como território de ação.
Diante da impossibilidade de realizar a agenda de eventos, a única alternativa foi utilizar as redes sociais para manter viva a memória das vítimas, como explica o coordenador executivo do Fórum Grita Baixada, Adriano de Araujo.
Luciene Silva, mãe de Rafael Silva Couto, morto na chacina aos 17 anos, lamentou não poder ir às ruas no dia em que o crime completou 15 anos. Ela disse, no entanto, que a iniciativa na internet é uma forma de não permitir que o massacre caia no esquecimento.
Dos 11 PMs denunciados pelo Ministério Público estadual por participação na chacina, cinco foram condenados por homicídio qualificado com penas que variam de 480 anos a 559 anos de prisão.