Quinta-feira (21) é Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. No entanto, mais do que uma data, a celebração deve ser um alerta. A data é uma homenagem à Mãe Gilda de Ogum, que morreu em 21 de janeiro de 2000, um ano depois do terreiro de candomblé que comandava em Itapuã, na Bahia, ser invadido, depredado e seu marido agredido num ato violento de intolerância. O trauma e o sofrimento vividos pela ialorixá, aos 65 anos de idade, não são um caso isolado, e fazem parte do cotidiano de muitos brasileiros seguidores de religiões de matriz africana.
Para coibir essas ações na cidade do Rio de Janeiro, a Câmara de Vereadores acaba de criar a Frente Parlamentar pela Liberdade Religiosa. O objetivo é conter a onda de violência contra templos e espaços religiosos na cidade. Integrantes da Frente Parlamentar ressaltam o crescimento de mortes em virtude da religião.
De acordo com dados do Disque 100, canal para denúncias de violação aos direitos humanos, entre 2011 e 2017 houve um crescimento no relato de discriminação por motivo religioso no Brasil. Ainda segundo dados do Disque 100, até junho de 2019 foram registradas 354 denúncias, com maior ocorrência no estado de São Paulo, seguido pelo Rio de Janeiro e Minas Gerais.
A discriminação motivada pela religião é considerada crime no Brasil, com pena de multa e até prisão de um a três anos.