Nove mil crianças e jovens são encontrados em produções de fumo
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Mais de nove mil crianças e adolescentes, entre 10 e 17 anos, trabalham na produção de fumo no Brasil. Do total pesquisado, 70% eram adolescentes entre 16 e 17 anos.
Os dados são de um estudo do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil com dados da PNAD Contínua de 2016 a 2019, do IBGE.
O trabalho na produção de fumo é considerado uma das piores formas de trabalho infantil, por causa da exposição à nicotina e aos agrotóxicos. A pesquisa mostra que em mais de 70% dos casos, os responsáveis pelos jovens tinham pouca instrução escolar.
Segundo o economista Guilherme Araújo, responsável pela pesquisa, outros estudos indicam que famílias com essas características dão pouca importância à formação escolar mais longa.
A região Sul é a maior produtora de tabaco do país e registra a maior parte dos casos. O Rio Grande do Sul concentra a metade dos casos.
A coordenadora da política estadual da criança e do adolescente, Mariele Diotti, explica que o estado já oferece apoio financeiro e técnico aos municípios, mas o caso específico da cadeia de tabaco está apenas no futuro plano estadual contra o trabalho infantil.
Segundo a pesquisa, as crianças que trabalham na cadeia do tabaco são: não negras, vivem na zona rural e em famílias chefiadas por homens. Em 2016, 83% das crianças e adolescentes não receberam pagamento algum pelo trabalho. Entre os que receberam, o valor foi de UM REAL (R$ 1,03) por hora trabalhada.
Nós entramos em contato com o Ministério do Trabalho para comentar os dados, mas não tivemos resposta até o fechamento desta reportagem.
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Foto: Joédson Alves/Agência Brasil"
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