Pesquisa aponta que 25% das mulheres já sofreram assédio em transporte

A cada quatro mulheres, no Brasil, uma já passou por importunação ou assédio sexual dentro do transporte público. Mas nenhum homem admite ter feito isso. É o que mostra a pesquisa Percepções sobre controle, assédio e violência doméstica: vivências e práticas, do Instituto Patrícia Galvão, que ouviu mulheres e homens sobre o assunto.
O levantamento aponta que 45% das mulheres relataram ter tido o corpo tocado sem seu consentimento, em local público. E apenas 5% dos homens admitem que já fizeram isso. Para uma das diretoras do instituto, Marisa Sanematsu, os dados revelam que a noção de consentimento precisa entrar na educação dos meninos, desde a infância. É que muitos não têm noção de que estão sendo agressivos.
Outro dado ainda mostra que 31% delas já sofreram tentativa de abuso sexual e mais de 40% foram agredidas ou xingadas por simplesmente dizerem não a uma investida. Segundo Marisa Sanematsu, os números, apesar de chamarem atenção, não trazem surpresa. Tanto o ambiente privado quanto o público ainda são espaços difíceis para as mulheres, apesar dos avanços.
Do total de pessoas entrevistadas, 17% disseram que se envolveram em alguma briga séria, de 2020 para cá. Entre as mulheres, a maior parte dos conflitos foi com parceiros ou ex-parceiros. Já entre os homens, com familiares. Na avaliação de Marisa Sanematsu a conclusão é de que o ambiente doméstico, no geral, está “muito violento”.
O levantamento foi feito junto com o IPEC e a empresa de transporte Uber. Os resultados mostram que ciúme e posse são o principal motivo de conflitos nos relacionamentos. Quando uma relação acaba, as agressões mais relatadas são controle, perseguição e calúnia.
Por outro lado, mais de 90% dos entrevistados concordam que a Lei Maria da Penha contribuiu para que mulheres busquem ajuda e saiam de relacionamentos abusivos e violentos. E mais de 90% também acreditam que se deve intervir ao se deparar com um homem agredindo uma mulher.
Qualquer situação de violência contra a mulher denuncie no telefone 180.



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