Faltam informações mais claras e didáticas e o recorte racial mais específico nas campanhas relacionadas a violência de gênero no Brasil.
Essa é uma das principais conclusões da pesquisa Campanhas e Ações de Prevenção à Violência de Gênero no Brasil 2000-2018, realizada pela Universidade do Estado do Rio, a UERJ.
O estudo analisou a eficácia das campanhas neste período por meio de buscas na internet e contato com instituições públicas e privadas. Clara Araújo, professora e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da UERJ e uma das responsáveis pela análise, ressalta que apesar do crescimento dessas campanhas, especialmente a partir de 2013, e maior sensibilização da sociedade para o tema as iniciativas ainda são muito genéricas.
Outro grave problema apontado pela pesquisadora é o baixo percentual de veiculação de canais de denúncia nas campanhas.
A pesquisadora também destaca que faltam mais informações sobre as categorias e incidências de violência. Além disso, a maior parte das campanhas tratam figuras de mulheres brancas, o que não corresponde ao perfil das que mais sofrem com esse tipo de violência.
A pesquisa contou com o apoio da FAPERJ, a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do estado do Rio de Janeiro, e da CAPES, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
