No ano passado, um em cada cinco assassinatos de defensores do meio ambiente aconteceu na Floresta Amazônica, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira (13) pela Global Witness.
No mundo todo, 177 defensores da terra foram mortos em 2022, ou seja, um a cada dois dias. Desses, quase nove em cada dez assassinatos registrados ocorreram aqui na América Latina. Mais de um terço, 60 assassinatos, foram na Colômbia.
Os outros países mais perigosos para ambientalistas incluem: o Brasil, em segundo lugar, com 34 assassinatos registrados; seguido pelo México, 31;
Entre as mortes no Brasil, estão a do jornalista britânico Dom Phillips e a do indigenista Bruno Pereira, em junho do ano passado.
De acordo com Gabriella Bianchini, consultora sênior da Global Witness, a pesquisa constatou que as comunidades indígenas correspondem a mais de um terço (34%) dos assassinatos globais, apesar de serem 5% da população mundial.
O relatório também aponta que empresas sediadas no Reino Unido, na União Europeia e nos Estados Unidos estão ligadas a violações cometidas contra comunidades indígenas. Um exemplo é o ouro extraído ilegalmente das terras Kayapó, no Estado do Pará, e que, segundo o relatório, é encontrado na refinaria italiana Chimet e na mineradora inglesa Serabi Gold. Segundo Gabriella Bianchini, todos atores econômicos envolvidos têm responsabilidade no problema.
De acordo com a Global Witness, a quantidade total de assassinatos de ambientalistas pode ser maior, já que existem restrições à liberdade de imprensa e falta monitoramento independente, principalmente na África, Ásia e Oriente Médio.