Pessoas com deficiência contam com um espaço inclusivo na Sapucaí, para curtir o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro com segurança e acessibilidade. É o setor 13, que além de ter um espaço para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, oferece serviços de interpretação de Libras, a Língua Brasileira de Sinais, para surdos e audiodescrição para pessoas com deficiência visual
Daniel Thorn é interprete de Libras e explica que a preparação para a folia é cuidadosa. “Eu leio os sambas-enredos, ou seja, eu estudo o que que passa, quais são as informações, quais são as metáforas que essa escola quer trazer. Eu utilizo estratégias como uso de dicionários para poder compreender certas palavras, certas metáforas”.
Já Adriana Malta trabalha com audiodescrição nos desfiles. "Fazer um cego enxergar atrás da minha voz é fazê-lo enxergar aquilo que o corpo dele não permite". Ou seja, ela precisa descrever toda a grandiosidade dos carros alegóricos e fantasias, com o máximo de detalhes possível, para que as pessoas com deficiência visual consigam compor essas cenas no seu imaginário. “Se o meu público for cego, se ele for um surdo ou parcialmente surdo, ou tiver baixa visão. Então a gente precisa ter equidade na hora de entregar esse material apresentado”.
E Daniel reforça: acompanhar a reação do público ao trabalho realizado na Sapucaí é gratificante! “É uma emoção tremenda de ver os surdos, na hora que a gente está interpretando, na hora que eu estou interpretando, eles olharem, se emocionarem, às vezes copiarem a forma como eu estou sinalizando, como se fosse um ritmo da música, como se fosse cantando a música, mas não através da voz, mas do corpo, das mãos”.
Adriana concorda. A interação da plateia é pura emoção. “Fazer esse contato é algo surpreendente, tanto para a gente, porque cada pessoa que chega ali é um indivíduo, tem um coração, uma expectativa, quanto para eles, para os PCDs. Então fazer esse contato, essa conexão, é algo realmente emocionante”.
É importante lembrar: a Lei Brasileira de Inclusão garante às pessoas com deficiência o direito de acessar espaços que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos.