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Direitos Humanos

Governo reconhece jornalista Vladimir Herzog como anistiado político

Viúva receberá indenização vitalícia
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Priscila Thereso - repórter da Rádio Nacional
19/03/2025 - 11:51
Rio de Janeiro
São Paulo (SP) - Instituto Vladimir Herzog lança campanha para oficializar 25 de outubro como dia nacional da democracia. Foto: Acervo/Instituto Vladimir Herzog
© Acervo/Instituto Vladimir Herzog

Quase 50 anos após o assassinato de Vladimir Herzog durante a ditadura militar, o governo brasileiro reconheceu o jornalista como anistiado político.

Iniciativa do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a medida também oficializou a reparação econômica de caráter indenizatório e vitalícia para a viúva Clarice Herzog. 

O texto publicado no Diário Oficial da União, dessa terça-feira (18), define a pensão mensal no valor de pouco mais de R$ 34.500. A Justiça Federal já tinha decidido pela indenização no início de fevereiro.

Vladimir Herzog era diretor de jornalismo da TV Cultura em outubro de 1975, quando foi procurado por militares na emissora para prestar depoimento sobre supostas ligações dele com o PCB, Partido Comunista Brasileiro.

Um dia depois, compareceu espontaneamente, em São Paulo, à sede do DOI-Codi, órgão subordinado ao Exército, de inteligência e repressão do governo brasileiro, onde teria negado qualquer relação com o partido político comunista.

No DOI-Codi, ele foi torturado e assassinado. Os militares criaram uma falsa cena de suicídio. Na missa de sétimo dia, na Catedral da Sé, uma multidão com mais de oito mil pessoas compareceu para o ato ecumênico. O episódio ficou marcado como um símbolo de luta contra a ditadura militar e pela volta da democracia.

Em 2009, familiares e amigos criaram o Instituto Vladimir Herzog para celebrar a vida do jornalista, dramaturgo e professor. A entidade também tem como bandeiras a defesa da democracia, dos direitos humanos e da liberdade de expressão.

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