RJ registra quase 500 casos de feminicídio e tentativas em 2024

Quase 500 casos de feminicídio e tentativas do crime foram cometidos em 2024 no estado do Rio de Janeiro. De acordo com o Instituto de Segurança Pública do Rio, o número de feminicídios no ano passado aumentou 8% em relação a 2023. Diante deste cenário, o tema foi discutido em audiência pública realizada nesta terça-feira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Alerj.
Entre os problemas discutidos na audiência para o atendimento à mulher em risco, estão delegacias especializadas com infraestrutura precária, déficit de pessoal e de treinamento de equipes e falta de capacitação dos agentes públicos das unidades de atendimento à mulher.
A deputada estadual Renata Souza, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, conduziu a reunião. Ela destaca os fatores que muitas vezes levam a um feminicídio.
“Feminicídios são a ponta de um processo longo que começa com a violência psicológica cotidiana, com a violência patrimonial, e com a violência do próprio Estado, que além de ter um aparato insuficiente para atender essas mulheres, muitas vezes acaba submetendo as mulheres à graves revitimizações, e isso é muito preocupante”.
Um caso de violência foi o sofrido por Graciele dos Santos Silva. Ela foi vítima de uma tentativa de feminicídio em 2024 e apresentou a situação durante a audiência.
“Fui vítima de um agressor que já tinha feito outras 16 vítimas. Eu sou a 17ª vítima do meu agressor. Um homem que tinha 34 passagens pela delegacia, sendo 16 por agressões a mulheres. Todas elas com medidas protetivas e agredidas”.
Também participaram da audiência diversas autoridades do poder público, como representantes das Polícias Civil e Militar, Defensoria Pública, Ministério Público e Secretaria Estadual da Mulher, além de representantes de diversas organizações e movimentos de mulheres.
Entre as propostas levantadas no evento, estão incluir a discussão de gênero nos currículos escolares; articular com legisladores federais a inclusão de mulheres com sequelas de feminicídio como beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada e lutar por emendas ao orçamento para a formação dos profissionais de saúde para o atendimento de vítimas da violência de gênero.





