Ministério das Mulheres lidera comitiva brasileira em evento na ONU

Mulheres de todo o mundo que são lideranças mundiais e representantes da sociedade civil estão reunidas, a partir desta segunda-feira (10), na 69ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher, na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque. O Ministério das Mulheres lidera a comitiva brasileira deste que é o principal evento internacional sobre gênero.
Nos próximos dez dias, mulheres de todo o mundo vão debater e articular oportunidades para o fortalecimento da agenda dos direitos femininos. Desde 1946, a Comissão sobre a Situação da Mulher é a principal instância global dedicada à promoção da igualdade de gênero e do empoderamento feminino.
Com o lema “Vamos juntas por um mundo mais igualitário!”, a edição deste ano, aberta nesta segunda-feira na ONU, vai revisar e avaliar a implementação da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, que completa 30 anos em setembro. A chamada Declaração de Pequim, assinada em 1995, é considerada um marco fundamental para o avanço dos direitos das mulheres.
A ministra Cida Gonçalves, do Ministério das Mulheres, participou da abertura do evento com uma fala oficial representando o governo brasileiro. A ministra apontou a igualdade de gênero e a igualdade salarial como pontos fundamentais para garantir a presença feminina no espaço de poder:
“Primeiro, a questão da igualdade de gênero no nosso país. É importante dizer que, para o Brasil, o presidente Lula, a democracia é uma estratégia fundamental, importante, para garantir as mulheres nos espaços de poder. Segundo, nós aprovamos a Lei da Igualdade Salarial, e entendemos que isso é muito importante e fundamental para a democracia e para as mulheres do mundo e nos 30 anos de Beijing”.
Em seu discurso na ONU, a ministra destacou também o respeito à diversidade das mulheres:
“Tem uma diferença de 20% de desigualdade salarial entre as mulheres brancas, entre mulheres e homens, e 50% com relação às mulheres negras. Essa é uma discussão que nós queremos trazer para o debate nacional, a questão da diversidade das diversas mulheres. Esse espaço, a ONU não pode fugir do debate sobre a diversidade. Diversidade que trazem as mulheres negras, mulheres trans, as mulheres lésbicas, as mulheres indígenas, as ciganas, considerando as diferenças regionais e a experiência de vida de cada mulher regional”.
Na Declaração de Pequim, há 30 anos, foram identificadas doze áreas prioritárias que ainda permanecem como foco de preocupação das nações. Na lista, a crescente proporção de mulheres em situação de pobreza, a desigualdade no acesso à educação e à capacitação e a violência contra a mulher.
O Brasil vai levar temas importantes para o debate na ONU, como o assédio on-line e outras ameaças digitais que afetam as mulheres em todo o mundo. O incentivo ao empreendedorismo e a Política Nacional de Cuidados, aprovada em 2024, também estarão na agenda do Brasil na ONU.
A 69ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher termina no dia 21 de março.




