Continuando a prosa em cima da inflação que já bateu o teto da meta traçada pelo governo. Os analistas financeiros ouvidos toda semana pelo Banco Central acham que vai continuar assim até dezembro – só subindo. Então, voltando ao ano passado, quando a inflação fechou nos 6,41%. Vamos nessa?
Pois pode colocar aí na manchete da rádio. IBGE informa. É quem fecha a inflação oficial, medida pelo IPCA. Índice de Preços ao Consumidor – Amplo. Foi de 6,41%. Mas a pessoa aí sabe de quanto foi a inflação da carne, usada todos os dias, não só na refeição a quilo, fora de casa, mas nos churrasquinhos, cada vez mais difíceis no fim de semana? E a manchete?
Nos últimos dez anos, comer fora de casa ficou 136,14% mais caro A inflação oficial, pelo IPCA, no mesmo tempo, foi de 69,73%. Se a pessoa aí tiver condição de comer em casa, a inflação, em dez anos, foi de 86,59%. Então, por que comer fora se está mais caro do que comer em casa? Simples. Tem mais emprego, mais mulher trabalhando fora e a empregada doméstica está cada dia mais difícil e mais caro.
Por que então está cada dia mais caro comer fora de casa? IBGE informa. O restaurante a quilo, o mais barato, está pagando aluguel mais alto, por causa da inflação da habitação. No ano passado foi de 8,8%. A inflação da energia elétrica, tão importante no restaurante, no ano passado foi de 17,06%. Neste ano vai ser maior ainda. Resultado: mexe no seu bolso, com o quilo de comida mais caro.
Tem ainda o dólar e a carne no preço alto do quilo da comida fora de casa. Com o dólar valendo muito mais do que o real vale a pena exportar, o que acontece com a nossa carne, que vai direto para a China e a Rússia. Indo para lá, falta cá, e aumenta o preço no prato de comida. Tanto que a inflação da carne, no ano passado, foi de 22,21%.