Trocando em Miúdo: Ainda em Paris, como é calculado o salário mínimo na França
Olá, prezada pessoa ouvinte cidadã.
De volta à prosa sobre a França. Hoje, como é calculado mesmo o salário mínimo de lá? Que, para começar, é pela hora trabalhada e não pelo mês, como acontece aqui no Brasil. Vamos nesta.
Pois então. Bonjour. Desde janeiro passado, o salário mínimo na França é de 9 euros e 67 centavos. Se multiplicar por quatro, só para facilitar o cálculo, dá quase R$ 40, no mínimo, por hora trabalhada. Mas acontece que lá, como cá, tem os descontos fixos, tipo impostos e previdência e tal. No caso, na França, o pagamento mínimo, por hora trabalhada, dá 7 euros e 51 centavos líquidos, ou seja, R$ 30 no bolso do trabalhador menos qualificado. Que mais?
Continuando os cálculos do salário mínimo pago ao trabalhador lá na França. Por mês, já feitos os descontos, dá 1 mil euros e 139 centavos, ou perto de R$ 4 mil. Só lembrando, o nosso salário mínimo, aqui no Brasil, não chega aos R$ 1.000, ou 250 euros. Certo, mas acontece que, lá, o custo de vida, conforme a cidade, é bem maior. Na verdade, em Paris, para se viver do jeito até simples, é preciso ter um salário de, no mínimo, 3 mil euros, ou R$ 12 mil, se fosse por aqui.
Vamos em frente. Pela lei trabalhista francesa, se em um acordo coletivo, por exemplo, for acertado um número de horas que, no fim do mês, der um total menor, o patrão é obrigado, mesmo assim, a completar até o mínimo oficial. Mais ou menos com o que acontece aqui no Brasil quando a empregada doméstica trabalha mais do que três dias por semana, e daí a patroa é obrigada a assinar a carteira e tudo mais, pagando pelo menos o mínimo.
Outra coisa comum, nas relações de trabalho na França, quando existe um contrato de trabalho, além do mínimo, é que o salário vai aumentando de acordo com alguns itens como a produtividade, antiguidade, horas extras, assiduidade ao serviço, insalubridade e outros itens previstos na lei trabalhista. Mas daí, só para fechar a prosa de hoje, em cima da viagem a Paris, repassada para o ouvinte cidadão, tem mais esta.
Para melhorar o desemprego, que está em torno de 12% ao ano, a prefeita de Paris, a Ana Hidalgo, está lutando, sem conseguir, para aumentar o número de domingos em que os pequenos estabelecimentos, nos bairros longe de turistas, possam abrir, desde que cumpridas as devidas leis. E, assim mesmo, por 12 domingos ao ano. Pois um dos contras é o Partido Ecológico. Seus líderes dizem que isto não seria uma boa coisa para as famílias que merecem passar os domingos, descansando, juntos.
Au revoir. Amanhã eu conto como está a tal de economia circulante, renovativa, em Paris, que foi sede do último Encontro Mundial do Clima.
Então tá. Inté e axé.
*Trocando em Miúdo: Quadro do programa Em Conta, da Rádio Nacional da Amazônia. Aborda temas relacionados a economia e finanças, traduzidos para o cotidiano do cidadão. É distribuído em formato de programete, de segunda a sexta-feira, pela Radioagência Nacional. Acesse aqui as edições anteriores.