O Brasil registrou aumento de 5,8% na área destinada à agricultura, o que equivale a quase 18 milhões de hectares a mais.
Por outro lado, houve uma redução de 2% no número de estabelecimentos agropecuários, que passaram de 5,17 milhões para 5,07 milhões de unidades.
Os dados fazem parte dos resultados definitivos do Censo Agro 2017, divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A radiografia do campo refere-se ao período de primeiro de outubro de 2016 a 30 de setembro de 2017.
O aumento na área rural, na comparação com a última edição do levantamento, realizada em 2006, se deu predominantemente no Norte e Centro-oeste do país. O Nordeste foi a única região a apresentar queda, o que pode ser explicado por diferentes fatores, como destaca o gerente do Censo Agro, Antônio Carlos Florido.
A pesquisa revelou uma redução no número de trabalhadores no campo, enquanto cresceu a quantidade de máquinas. Em 11 anos, a parcela de pessoas ocupados nos estabelecimentos agropecuários encolheu em 1,5 milhão, chegando a 15 milhões de trabalhadores em 2017. Em sentido oposto, o número de tratores cresceu quase 50% no período e chegou a 1,22 milhão de unidades.
Na agricultura familiar, a população ocupada se reduziu em 2 milhões de pessoas, enquanto nos estabelecimentos não caracterizados dessa forma aconteceu o contrário: um aumento de 700 mil trabalhadores.
No período analisado, também foi observado, segundo o Censo do IBGE, uma mudança na produção, com aumento de 52% no número de propriedades que fizeram uso de técnicas de irrigação e de 20% nas que utilizaram agrotóxicos, o que equivale a 1,7 milhão de estabelecimentos. O gerente do Censo chama a atenção para os pequenos produtores, com baixa escolaridade, que declararam não ter recebido orientação técnica para uso desses produtos.
Houve também variação no uso da terra no Brasil, com uma diminuição de 34% da área utilizada para lavouras permanentes e acréscimo de 14% na destinada a lavouras temporárias. A pesquisa mostrou, ainda, elevação na quantidade de hectares reservados a matas naturais e plantadas, cujos percentuais chegaram a 12% e 83% respectivamente.