Apesar de ter havido interesse em apenas 12 dos 36 blocos ofertados pela Agência Nacional do Petróleo, a 16 ª rodada de licitações, realizada nesta quinta-feira no Rio, rendeu R$ 8,9 bilhões em bônus de assinatura, montante pago pelas empresas ganhadoras do leilão, antes mesmo da assinatura dos contratos.
O valor foi o mais alto já conseguido em leilões de concessão e acima também do valor mínimo estipulado pela ANP, de mais de R$3 bilhões. Com isso, o ágio foi de 322%. As ofertas ficaram concentradas nos blocos de exploração de petróleo e gás natural da Bacia de Campos.
Foram 10 empresas vencedoras, nove estrangeiras e a Petrobras, que arrematou um dos blocos.
Em coletiva de imprensa após a 16 ª rodada, realizada no hotel Hyett, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, o diretor geral da ANP, Décio Oddone e o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, descartaram que o desinteresse nas outras bacias ofertadas, no litoral nordestino, tenha a ver com o vazamento de óleo verificado nos últimos dias, ainda sem origem definida.
Eles também desconsideraram que a falta de ofertas tenha a ver com a insegurança jurídica gerada após uma ação do MPF da Bahia, questionando os impactos sócio-ambientais que a exploração de petróleo na região poderiam causar ao Parque Nacional de Abrolhos.
Os questionamentos foram em relação aos leilões das bacias Camamu-Almada e Jacuípe. A Bacia Pernambuco-Paraíba também fez parte desta rodada de licitação e não foi objeto de interesse das empresas. Oddone destacou que é natural a bacia de Campos ser mais atrativa.
A Bacia de Santos também só teve dois de 11 blocos leiloados. Segundo a ANP, os blocos não arrematados nesta rodada vão ser colocados em oferta permanente. A partir do leilão desta quinta-feira, a projeção da ANP é de que haja a produção nesses blocos de 400 a 500 mil barris de petróleo por dia, o que pode gerar R$100 bilhões para os cofres públicos durante os contratos de concessão.
A expectativa é de que três ou quatro novas plataformas sejam instaladas para este trabalho.