Sob influência de medidas de distanciamento, setor de serviços recua 11,7% em abril
O setor de serviços teve queda de 11,7% em abril, na comparação com março, ainda sob forte influência das medidas de distanciamento social para conter o contágio da Covid-19. Esse é o terceiro recuo consecutivo e o mais intenso desde 2011, quando o IBGE iniciou a série histórica da Pesquisa Mensal de Serviço.
Os resultados de abril foram divulgados nesta quarta-feira (17) e, segundo o instituto, mostram que, nestes três meses de retração, o setor acumula uma perda de 18,7%. Em relação a abril do ano passado, a queda foi de 17,2%.
Todas as cinco atividades investigadas tiveram quedas recordes, com destaque para transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio; e serviços prestados às famílias.
De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, a perda de receita em hotéis e restaurantes se aprofundou no mês de abril, mas, apesar de a queda nos serviços prestados às famílias ter apresentado maior destaque, foi o setor de transportes que mais impactou negativamente em abril, devido ao seu peso na pesquisa.
Lobo explicou que, além da perda das receitas no transporte aéreo de passageiros e no transporte rodoviário coletivo de passageiros, se observaram quedas no transporte rodoviário de carga, operação de aeroportos, concessionárias de rodovias e metroferroviário de passageiros.
A pesquisa ressalta que, em abril, a queda nas atividades turísticas também se intensificou, chegando a 54,5% em relação a março. Setores de transporte aéreo de passageiros, restaurantes e hotéis foram os mais afetados, agravando suas quedas porque a paralisação dos serviços não essenciais atingiu todo o mês de abril, enquanto em março foram 10 dias parados.
Regionalmente, 26 das 27 unidades da Federação tiveram recuos entre marco e abril, com destaque para as perdas de São Paulo e Rio de Janeiro, que sofreram pressão negativa, principalmente dos segmentos de alojamento e alimentação.