O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou nesta quarta-feira (22) a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), de manter a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano.
Haddad considera o comunicado "preocupante". Segundo ele, no momento em que a economia está retraindo, o Copom chega a sinalizar uma subida da taxa de juros.
"Eu considerei o comunicado preocupante, muito preocupante. Porque hoje nós divulgamos o relatório bimestral da Lei de Responsabilidade Fiscal, mostrando que as nossas projeções de janeiro estão se confirmando, sobre as contas públicas. E o comunicado deixa em aberto, em um momento que a economia está retraindo, e que o crédito está com problema - sobretudo empresas e famílias -, o Copom chega a sinalizar até a possibilidade de uma subida da taxa de juros, que já é hoje a mais alta do mundo".
O ministro disse ainda que vai repassar as constatações sobre o tom do comunicado do Copom nas próximas reuniões institucionais com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Ele também reforçou que a relação entre o ministério e o BC deve ser pautada pela institucionalidade.
"Eu falo em harmonia desde a primeira entrevista que eu dei, ainda em dezembro. Em harmonizar as políticas monetária e fiscal. E eu vou continuar perseverando neste objetivo. E nunca faltei com respeito com diretor, com funcionário, com o presidente do Banco Central. Não é esse o objetivo".
Segundo Haddad, a decisão do Copom não tem relação com a nova regra fiscal, que deverá ser anunciada depois da viagem de Lula à China. Ele disse que o governo tem trabalhado com cautela para entregar uma norma consistente a médio e a longo prazos.
O ministro confirmou ainda que em abril deverá ser enviado para a Casa Civil um pacote de medidas para estimular a concessão de empréstimos.