A Força Aérea Brasileira concluiu este mês o caso envolvendo os professores Álvaro Luiz Pereira Barros e Eduardo Silva Mistura, acusados de assediar alunas de uma escola da Aeronáutica.
Eles lecionavam no Colégio Brigadeiro Newton Braga, na Ilha do Governador, na zona norte do Rio, e estavam afastados desde que foram feitas as primeiras denúncias. Agora, foram demitidos.
Os relatos dos abusos ocorridos entre 2014 e 2020 foram encaminhados pelas estudantes para a Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio de Janeiro, no início do ano passado, e, desde então, o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União acompanham o caso.
O ponto de partida para a onda de denúncias foi um movimento no Twitter chamado #exposed, em maio de 2020, que encorajava vítimas de abuso sexual a dividir suas experiências. As denúncias dos estudantes do colégio resultaram em processos administrativos disciplinares instaurados no âmbito da escola.
Ao longo do processo, uma junta militar ouviu os suspeitos e vários dos alunos envolvidos. No material entregue aos advogados da OAB-RJ, em maio de 2022, estavam prints de trocas de mensagens, áudios e relatos que indicavam um comportamento abusivo constante dos professores Eduardo Mistura e Álvaro Barros, responsáveis pelas aulas de história e educação física, respectivamente, dos alunos dos ensinos médio e fundamental.
O advogado Marcelo Davidovich, responsável pela defesa dos professores, afirmou que os processos administrativos não estão encerrados e que ainda há recursos a serem julgados.
Já o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica destacou que a “Força Aérea Brasileira atua para coibir irregularidades e que repudia condutas que não representam os valores, a dedicação e o trabalho do efetivo em prol do cumprimento de sua missão institucional.