Turmas com muitos alunos, falta de motivação e de segurança. Esses são os principais desafios enfrentados no ensino público paulista, e que foram apontados em uma pesquisa sobre a Qualidade da Educação Pública nas escolas estaduais de São Paulo, divulgada nesta terça-feira (23).
Os dados mostram que 41% dos estudantes não se sentem seguros no ambiente escolar; enquanto 16% dos professores têm sensação de insegurança dentro das escolas onde trabalham. Esses números aumentam nos colégios de periferia, onde cerca de 70% dos estudantes e de seus familiares temem a violência.
Em todos os perfis, a percepção é de que o governo deveria oferecer mais condições de proteção para as unidades escolares.
Para 95% dos três grupos entrevistados, o ensino à distância, que aconteceu durante a pandemia de covid-19, provocou grandes perdas de aprendizado. A mesma porcentagem apareceu nas respostas sobre a dificuldade de concentração e a menor participação nas aulas, pelos estudantes, depois do retorno às aulas presenciais.
João Paulo Cunha, diretor de pesquisa do Instituto Locomotiva, responsável pelo estudo feito em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, relata que os entrevistados não perceberam aumento de investimentos para melhorar as escolas públicas, afetadas pela pandemia de covid.
Para o diagnóstico da situação, o estudo ouviu, entre janeiro e fevereiro deste ano, 1.250 estudantes maiores de 14 anos; 1.250 familiares e 1.100 professores da rede estadual.
