O consumo de alimentos ultraprocessados nas escolas foi tema de um debate virtual conduzido nesta sexta-feira (4) por especialistas em Nutrição, Obesidade e Saúde Pública. O evento, realizado pela Agência Bori em parceria com o site de Jornalismo Investigativo O Joio e O Trigo, aconteceu em razão da sanção de uma lei em vigor desde o mês passado, que proíbe o consumo desses alimentos nas instituições de ensino na cidade do Rio de Janeiro.
Durante o encontro, foram abordados temas como leis que proíbem a venda e oferta de bebidas e alimentos ultraprocessados nas escolas, além de políticas públicas de alimentação no Brasil. Embora ainda haja muito o que fazer, a professora da Faculdade de Saúde Pública da USP e pesquisadora na Universidade de São Paulo, Ana Paula Bortoletto, pondera que já existem políticas públicas que colaboram para a incorporação de bons hábitos alimentares em escolas de diversas partes do país.
A pesquisadora da USP avalia que a adoção de hábitos mais saudáveis nas escolas é muito mais facilmente incorporada quando se adotam instrumentos como cartilhas de alimentação.
Um dos obstáculos para a incorporação de hábitos alimentares mais saudáveis é o alto custo envolvido na produção de alimentos in natura, na comparação com os altamente processados, como explica Ana Paula Bortoletto.
Alimentos ultraprocessados são aqueles que passaram por maior processamento industrial. Geralmente possuem alta adição de açúcares, gorduras, substâncias sintéticas e conservantes. Além de pouca composição nutricional, favorecem o consumo excessivo de calorias, causam efeitos negativos sobre a saúde e podem provocar obesidade.
Uma pesquisa realizada em conjunto pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Fundação Oswaldo Cruz em 200 escolas na cidade do Rio de Janeiro apontou que os alimentos ultraprocessados estão 126% mais disponíveis nas cantinas do que alimentos sem processamento. Numa escala de 0 a 100 de avaliação das cantinas, as escolas do Rio estão em 26.