Um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com a colaboração da Faculdade de Medicina de Lisboa, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia e do Instituto Português de Oncologia do Porto, relaciona a interação entre genes, lesões e dores musculares em atletas de alto rendimento de diferentes modalidades esportivas. Ao todo, participaram do estudo cerca de 350 atletas, de esportes como futebol, polo aquático, vôlei e handebol.
De acordo com a pesquisa, seis polimorfismos genéticos, que são alterações de informações no DNA ligados ao desempenho atlético e com papéis no desempenho muscular, na dor, inflamação e vias metabólicas, foram associados com a suscetibilidades a lesões e dores musculares pelos atletas após a pratica de exercícios.
A geneticista e coordenadora do estudo, Jamile Alessandra Perini, pesquisadora da Uerj, explica de que modo os resultados do estudo podem ser úteis para os atletas.
“As informações genéticas podem ser utilizadas em algoritmos, que levam em consideração, por exemplo, outras características dos atletas, como sexo, idade, modalidade esportiva, entre outras. Com essa informação, é possível personalizar o treinamento, por exemplo, fazer intervenções pós-treino ou pós-competições, visando evitar a ocorrência de lesão”.
Jamila Perini exemplifica uma alteração estudada, do gene actinina alfa 3.
“Esse polimorfismo provoca a interrupção prematura da proteína. O que que isso quer dizer? O indivíduo tem uma deficiência da proteína. A deficiência da alfa actina ela é geralmente encontrada, esse polimorfismo, entre atletas de resistência, indicando então que a ausência da proteína pode beneficiar o desempenho do atleta de longa distância”.
Entre as lesões apresentadas estão distensões, entorses, contusões, luxações e rupturas.
De acordo com a pesquisa, as consequências das lesões musculares incluem a diminuição do desempenho atlético, a retirada de competições importantes, incapacidade e prejuízos na saúde mental.