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Campanha incentiva aleitamento materno para trabalhadoras

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Sayonara Moreno
03/08/2015 - 10:46
Brasília

A volta ao trabalho, após o fim da licença-maternidade, é um desafio em dose dupla para as mães. Além de enfrentar a saudade dos pequenos e deixá-los sob os cuidados de outra pessoa, existe a preocupação de continuar amamentando os bebês.


Para que o retorno ao trabalho não seja motivo para o desmame, a Semana Mundial de aleitamento materno deste ano tem como lema “Amamentar e trabalhar", como forma de incentivar a amamentação mesmo depois da licença-maternidade.


O médico pediatra Moisés Chencinsk explica que a recomendação da Organização Mundial de Saúde é que todo bebê deve se alimentar apenas com o leite materno até os seis meses de idade e aliado a outros alimentos, até os dois anos. Os benefícios da amamentação, segundo ele, são para mãe e filho.


Até a legislação trabalhista reconhece a importância da amamentação e determina que, no trabalho, toda mãe tem direito a dois descansos especiais por dia, cada um de meia hora, para ordenhar o próprio leite, até que a criança complete seis meses de idade. Mas as condições adequadas para a ordenha só são possíveis com as salas de amamentação. Algumas empresas e repartições já instalaram para as trabalhadoras, mas como a lei não obriga, os bebês passam a mamar menos no peito, depois que a mãe volta a trabalhar.


É o caso da advogada Camila Cândido, mãe da pequena Alice. Moradora de Sobradinho, no Distrito Federal, ela conta que em dias de audiência judicial, o leite coletado era descartado.

 

Segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o DF tem 17 fóruns e apenas em três deles existem salas de amamentação para as servidoras: Brasília, Samambaia e Taguatinga.


A bancária Emanuelle Lamounier é mãe de Yan, de um ano e quatro meses. Ela conta que quando voltou ao trabalho a quantidade de mamadas diminuiu.


Também bancária, Cássia Lopes voltou a trabalhar quando a filha Maria Laura tinha cinco meses. Com direito aos intervalos para ordenha, ela preferia sair mais cedo do trabalho, para dar de mamar, porque no local onde trabalha, também não há sala específica para isso.

 

A última pesquisa do Ministério da Saúde, de 2009, mostrou que 34% das mães que tem bebê menor de um ano e trabalham fora de casa não amamentam mais a criança. Entre as que não trabalham fora, esse índice não passa de 19%.


Na próxima reportagem você vai ouvir histórias de mães que conseguem amamentar os filhos ou ordenhar durante o horário de trabalho.

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