Movimentos sociais ligados à reforma agrária da Amazônia estão reunidos em Brasília em uma conferência sobre assentamentos sustentáveis na região.
Na abertura do evento, eles entregaram a representantes do governo um documento com propostas para estruturar os assentamentos na Amazônia sem degradar o meio ambiente.
Maria Neto, da Comissão Pastoral da Terra em Rondônia, acredita nessa combinação.
Sonora: "Incentivar assentamentos verdes, sobretudo na Amazônia, é uma forma também de estar respeitando o bioma da nossa Amazônia que não é um bioma para ser todo desmatado. Todo mundo já percebeu que é possível produzir, respeitando todos os espaços tanto do ser humano quanto da natureza."
As propostas do documento foram tratadas em dez conferências regionais, realizadas entre maio e junho deste ano.
Cássio Pereira, diretor adjunto do Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia (Ipam) acredita no avanço dos assentamentos sustentáveis na região.
Sonora: "Essa conferência encerra um momento de construção de propostas e a partir de amanhã nós entraremos numa nova fase, que é a fase da negociação dos avanços, que é para poder dar resposta para aquelas quase 450 mil famílias que vivem dentro dos assentamentos de reforma agrária da Amazônia. O que a gente entende é que os assentamentos eles sejam espaços de produção, convivência com dignidade, espaços onde os recursos naturais possam ser conservados."
De acordo com Pedro Bruzi, coordenador de meio ambiente do Incra, o instituto deve investir cerca de R$ 100 milhões do Fundo Amazônia para o fortalecimento e modernização do órgão e regularização fundiária e ambiental.
Um levantamento do Ipam indica que cerca de 40% dos assentamentos brasileiros estão localizados na Amazônia. Ainda de acordo com o instituto, os assentamentos ocupam 81% da área atualmente destinada à reforma agrária no país.