As crianças e adolescentes ficam pouco tempo nos abrigos do município do Rio de Janeiro, mas é comum que acabem voltando. É o que mostra o censo da população infanto-juvenil acolhida no estado do Rio, do primeiro semestre desse ano, divulgado, nesta sexta feira (6), pelo Ministério Público do Rio. O acolhimento repetitivo e de curta duração foi chamado de "porta giratória" pela promotora do MP, Daniela Moreira da Rocha Vasconcellos, para quem os abrigos precisam ter um plano mais eficiente para atender às demandas das crianças e adolescentes.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social administra 53 Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) espalhados pela cidade. De acordo com a SMDS, uma das alternativas para tornar o acolhimento mais eficiente é o Programa Família Acolhedora lançado, nesta sexta-feira (6), com o objetivo de aumentar o banco de famílias voluntárias, que recebem temporariamente as crianças e adolescentes que foram afastados de suas famílias, após situações de violência doméstica. Atualmente, o programa contabiliza cerca de 200 acolhidos pelas famílias voluntárias. Os menores acolhidos e os voluntários recebem apoio de uma equipe multidisciplinar da SMDS.
O Ministério Público também fez um destaque positivo com relação à diminuição no número de acolhidos e do tempo de acolhimento. No primeiro semestre de 2012, 2.464 crianças e adolescentes foram acolhidos no estado. O número foi reduzido para 1.983 casos, na primeira metade deste ano. Para o MP, o banco de dados do Módulo Criança e Adolescente, criado em 2007, tem acelerado as ações ajuizadas para atender aos menores em diferentes situações de risco.