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Entidades repudiam ataques a terreiros de religiões afro

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André Richter
28/11/2015 - 21:16
Brasília

Entidades que representam a cultura afro-brasileira fizeram neste sábado (28) em Brasília um ato religioso para repudiar os recentes ataques a terreiros de candomblé na capítal federal e nas cidades localizadas no Entorno.

 

O mais recente deles ocorreu na madrugada da última quinta-feira (27) no Núcleo Rural Córrego do Tamanduá, no Paranoá (DF).

 

O fogo destruiu o barracão onde os membros do terreiro Ilê Asé Oyá Bagan se reúnem, mas ninguém ficou ferido. 

 

Os crimes são investigados pelo Ministério Público e pela Polícia Civil.

 

Em meio a pedaços de madeira queimada e instrumentos musicais destruídos, os membros do terreiro se reuniram para afirmar não vão tolerar os atos de vandalismo.

 

Em três meses, este foi quinto ataque a templos de religiões africanas no Distrito Federal e no entorno.

 

Também participaram do ato representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no DF (OAB-DF)  e da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

 

Para o Ouvidor da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) da Presidência da República, Carlos Alberto de Souza, os templos ligados à religiões africanas da capital federal têm sido alvos frequentes de vandalismo.

 

Segundo ele, esse tipo de crime não pode ser considerado somente como dano patrimonial, porque, além dos danos nas instalações físicas, todos os objetos ligados à religião são destruídos.

 

"Nosso país é laico. Não pode interferir nas religiões, mas também não pode embaraçá-las. É importante que o Estado olhe para isso aqui, sobretudo com politicas públicas para a comunidade, porque aqui tem ancestralidade sendo posta, não é somente uma questão de religião. ".

 

Na avaliação da Presidenta da Fundação Cultural Palmares, Cida Abreu, o que está em discussão não são somente os atos de violência, mas a negação pela sociedade de um patrimônio ancestral do Brasil.

 

"A gente entende que é um movimento recorrente, que o Estado brasileiro e o governo têm que tomar uma atitude. né?, primeiro de acolher logo a denúncia, depois investigar,depois achar o culpado, porque qualquer instituição reliosa do Brasil tem direito de ser resguardada pela segurança nacional do país, e o terreiro também tem que ser ".

 

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) registrou 462 casos de intolerância religiosa contra pessoas ligadas a religiões africanas entre 2011 e 2014, por meio do serviço telefônico Disque 100.

 

Para entrar em contato com a central de atendimento e denunciar violações de direitos humanos, basta ligar gratuitamente para o número 100.

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