* Matéria atualizada às 15h22 para correção de informação. A matéria "Gim Argello é acusado de recebimento de propina por empreiteiro da UTC", publicada às 11h35, informava que havia indício de que Argello recebeu R$ 350 milhões da OAS quando o correto é R$ 350 mil. Segue matéria atualizada e corrigida com o mesmo título.
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, pediu o bloqueio de mais de R$ 5 milhões das contas do do ex-senador Gim Argello. O ex-senador foi preso preventivamente nesta terça-feira (12), na 28ª fase da Lava Jato.
Ele chegou à sede da Polícia Federal, em Brasília, por volta de 9h30 e saiu às 13h30. Argello ficará preso em Curitiba.
Também foram detidos de forma temporária o secretário-geral da Câmara Legislativa do DF, Valério Neves Campos, e Paulo Cesar Roxo Ramos, assessor de Argello.
O filho do ex-senador, Jorge Argello Júnior, e quatro empreiteiros da OAS - Roberto Zardi, Gustavo Nunes Rocha, Dilson de Cerqueira Paiva e Marcos Paulo Ramalho - foram alvo de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para prestar depoimento.
A Polícia Federal cumpriu 14 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
De acordo com o Ministério Público Federal, há indícios de que o ex-senador tenha recebido R$ 5 milhões em propina da UTC Engenharia e R$ 350 mil da OAS para evitar que os empreiteiros prestassem depoimento na CPI da Petrobras, em 2014. Ele foi citado na delação premiada do dirigente da UTC, Ricardo Pessoa.
Argello teria orientado o empreiteiro a pagar a propina como se fosse doação eleitoral aos diretórios nacionais de quatro legendas: Democratas, PR, PMN e PRTB. De acordo com os investigadores, até o momento não há indícios de que os partidos conheciam a origem do dinheiro.
O procurador Athayde Ribeiro Costa chamou o esquema de corrupção qualificada.
Questionado sobre o fato de o ex-presidente do PSDB Sergio Guerra, que morreu no ano passado, não ter sido investigado, apesar de ter sido citado na Lava Jato sob as mesmas suspeitas, o procurador Carlos Fernando de Lima afirmou que a corrupção no país não é partidária.
Ainda de acordo com as investigações, os R$ 350 mil recebidos de propina da OAS teriam sido pagos à Paróquia São Pedro, em Taguatinga (DF), cidade a 25 quilômetros de Brasília, frequentada pelo ex-senador.
Procurada pela reportagem para comentar a doação, a Pároquia São Pedro ainda não se pronunciou.
Em nota, a Câmara Legislativa do Distrito Federal informou que Valério Campos Neves foi exonerado, após a deflagração da 28ª fase da Lava Jato. A defesa do ex-senador Gim Argello não foi localizada.