Misturada no açaí, com feijão, com peixe, ela faz parte da mesa de boa parte dos moradores do Norte e do Nordeste brasileiro. Estou falando da farinha de mandioca. Mas o produto está engrossando mesmo é o orçamento familiar.
No Pará, a farinha aumentou 62,24% no primeiro semestre. Na capital, Belém, o quilo do produto que em dezembro era comercializado em média por R$ 4,37, em junho foi vendido por mais de R$ 7.
Os dados são do Dieese, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.
A alta foi sentida em todas as capitais da Região Norte. Mas é no Pará que houve a maior aumento.
De acordo com o Dieese, isso tem ocorrido porque a oferta de mandioca, matéria-prima da farinha, está mais escassa. Parte dos agricultores está à espera de melhores preços e o clima para a colheita está desfavorável.
A atuação de atravessadores, que compram do produtor e revendem para o consumidor final, também tem contribuído para essa alta.
Na casa do paraense Luiz Braga não pode faltar farinha. O costume foi passado da mãe para filhos e netos. Ele tenta driblar o aumento comprando direto no produtor.
E as perspectivas não são das melhores. Segundo o supervisor técnico do Dieese no Pará Roberto de Sena os dados monitorados nas três primeiras semanas de julho mostram que pode haver novo aumento no preço do produto.
Além da farinha, o feijão, que acompanhou a alta nacional, bateu 124% de aumento no Pará este ano. Isso se reflete no preço da cesta básica. Em junho o paraense precisou desembolsar quase R$ 420 reais para comprar os produtos da cesta.