A participação da delegação de refugiados no judô foi breve, mas durou tempo o suficiente para motivar a festa na sede da Cáritas no Rio de Janeiro.
A congolesa Yolande Mabika perdeu logo na primeira luta, mas o também congolês Popole Misenga conseguiu passar pelo primeiro desafio e deu algum trabalho antes de cair diante do atual campeão mundial. Angelie Omachiqueze, que veio do Congo para o Brasil há seis anos, vibrava de orgulho pelos compatriotas.
Os dois atletas vivem no Brasil desde 2013, quando deserdaram da delegação congolesa que estava competindo no campeonato mundial de judô. Além de fugir dos conflitos em seu país, queriam se ver livres também de maus-tratos. Foram acolhidos pela Cáritas e dois anos depois conseguiram voltar a treinar no Instituto Reação, organização fundada pelo judoca Flávio Canto de onde também saiu a nossa medalhista de ouro Rafaela Silva. Para a coordenadora da Cáritas Aline Barbosa, a participação dos refugiados nos Jogos Olímpicos mostra ao mundo, que eles devem ser vistos também por seu potencial.
Essa é a primeira vez que uma delegação de refugiados compete nos Jogos Olímpicos. Os atletas foram selecionados pelo Comitê Olímpico Internacional e pela Acnur, a agência para os refugiados das Nações Unidas. Além dos dois judocas congoleses, fazem parte da delegação também dois nadadores sírios, um maratonista etíope e cinco competidores do atletismo do Sudão do Sul.