Dono de carro depredado em manifestação no Congresso tem receio de que seguro não cubra prejuízo
Durante a tarde e a noite dessa terça-feira (29), um protesto contra a proposta de emenda à Constituição 55 (PEC 55), do teto de gastos, reuniu 25 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
Um pequeno grupo entrou em confronto com a Polícia Militar, que usou cães, bombas de efeito moral e gás de pimenta para reprimir a manifestação e dispersar a multidão. Vários carros foram depredados, sendo um deles incendiado e dois virados. Outros foram apedrejados e pichados.
O publicitário Apoena Pinheiro tomou um susto quando saiu do trabalho e encontrou o carro destruído.
Sonora: "Eu não tenho relação direta com o governo. E nem teria como identificar, se tivesse, só pelo carro. Eu só sou um cidadão, um trabalhador e encontrei meu carro completamente destruído. E destruído por vandalismo. Não foi em meio a um confronto, algo como 'voou uma pedra e bateu nele'. Não. Ele estava todo vandalizado e destruído. Quase todos os vidros quebrados. A lataria amassada a pedradas. O carro praticamente perdeu-se."
Como nesta quarta-feira (30) é feriado em Brasília, Apoena só vai saber nesta quinta-feira (1º) se o seguro do carro vai cobrir o prejuízo. Ele disse que, de acordo com a apólice, a chance de isso ocorrer é mínima. A conta pode custar as férias de Apoena e da família dele.
Sonora: “Vou avaliar orçamentos pra conserto do carro. Ou se vale mais a pena vender esse carro pra sucata e comprar outro. De toda forma, o prejuízo de final de ano vai ser enorme e estávamos começando a pensar nos presentes, em férias com as crianças no início do ano que vem. E tudo isso vai agora por água abaixo.”
A advogada Maiara Rodrigues informou que, se o publicitário não conseguir que a seguradora pague o conserto, pode processar o governo para exigir o ressarcimento.
Sonora: "Se for possível a identificação dos vândalos, aí pode ser cobrado diretamente deles. Mas como nessas manifestações é díficil identificar precisamente quem foi que efetuou os atos de vandalismo, a seguradora poderá cobrar esse prejuízo do Estado. Ou a própria pessoa prejudicada, caso não tenha cobertura para esse tipo de prejuízo garantida.”
O rastro de destruição deixou lixeiras e banheiros químicos derrubados; vidraças de ministérios e de paradas de ônibus quebradas; a iluminação danificada; e paredes pichadas no Museu da República, na Catedral de Brasília e no Ministério da Educação.