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Detentos de presídio em Belo Horizonte serão transferidos para penitenciárias do interior

Minas Gerais
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Léo Rodrigues
18/01/2017 - 08:09
Belo Horizonte

O governo de Minas Gerais vai transferir para unidades prisionais do interior do estado cerca de 20 detentos que lideraram um motim no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 


O motim teve início às 19h de segunda-feira (16), quando os detentos começaram a queimar colchões e jogá-los para fora das celas de quatro pavilhões.


A situação foi controlada na madrugada de terça-feira (17), após intervenção da Polícia Militar e do Comando de Operações Especiais (COPE). 


Em um vídeo divulgado nas redes sociais, um porta-voz dos presos com o rosto escondido faz ameaças e culpa pela situação o diretor da penitenciária, Rodrigo Machado. O detento pedia mudanças nas normas de visitas e falou em abuso de poder. 


Participaram das mediações com os manifestantes representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG). A eles, os detentos alegaram que o descontentamento é motivado por agressões físicas e psicológicas, por parte dos agentes penitenciários que integram o Grupo de Intervenção Rápida (GIR).


Os presos reivindicaram melhorias nos atendimentos médico, odontológico e psicológico e no tratamento aos parentes, que também estariam sofrendo abusos.


Apesar das ameaças, não houve mortes ou fugas. Oito presos sofreram escoriações e um agente penitenciário teve um corte no supercílio. 


A OAB-MG informou que vai apurar as denúncias de abusos relatados pelos presos. Além disso, a OAB-MG cobra um esforço conjunto para reduzir a superlotação do sistema prisional do estado.


O Presídio Antônio Dutra Ladeira tem 1.163 vagas, mas abriga, atualmente, mais de 2 mil detentos. Segundo o governo mineiro, em 2017 serão inauguradas quatro novas unidades no interior do estado. 


O advogado Fábio Piló, presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da OAB-MG, pede apoio da magistratura, do Ministério Público e da Defensoria Pública de Minas Gerais. 


A demissão de agentes penitenciários também é outra preocupação da OAB-MG. O governo de Minas Gerais decidiu não renovar contratos de funcionários que ocupavam a função sem terem sido aprovados em concurso público.


Estimativas da Ordem apontam para um déficit de 6 mil servidores no sistema prisional mineiro.

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