Uma auditoria determinada pela Justiça identificou uma série de problemas no sistema Sesc/Senac no estado do Rio de Janeiro, como o abandono das unidades, demissões em larga escala e a desativação de programas e ações que fazem parte das atividades fins.
O balanço foi divulgado nesta segunda-feira (5), pelo administrador temporário, Luiz Gastão Bittencourt, que está há um mês a frente das instituições.
O antigo gestor, Orlando Diniz, foi afastado, após a Justiça decretar uma intervenção, devido a acusações do conselho fiscal das entidades de desvios de finalidade das instituições e de uso indiscriminado de recursos.
O novo administrador garantiu que a entidade vai manter os recursos para o programa Segurança Presente, parceria com o Governo do Estado que reforça a segurança em bairros do município do Rio.
Gastão ressaltou que o programa poder ser aperfeiçoado e revisto, mas que no entanto, a atuação da instituição não se resume a isso.
De acordo com a nova gestão as unidades já estão em processo de retomada de programas importantes para a população, como as clínicas de odontologia, as ações da saúde da mulher, que contam com unidades moveis para a realização de exames de prevenção ao câncer de mama e de colo do útero.
As academias já foram remontadas em três unidades e após o carnaval todas serão reativadas.
Ainda de acordo com a administração, novas salas de musculação comunitárias serão entregues em fevereiro nas unidades Madureira, Niterói e Campos, com potencial para atender mais de 3 mil pessoas.
A nova administração também confirmou que vai manter o patrocínio do vôlei no estado, no valor de cerca de R$ 20 milhões por ano, mas com contrapartidas em acoes sociais inclusivas como palestras e escolinhas em comunidades.
Luiz Gastão Bittencourt é empresário do Ceará e foi indicado pela Confederação Nacional do Comércio, tendo se licenciado da presidência da Fecomércio e dos Conselhos do Sesc e Senac no Ceará para assumir o cargo.
Questionado sobre a ocorrência de ações na justiça envolvendo empresas suas em três estados, entre elas uma que trata do serviço de administração prisional em Manaus, no Amazonas, ele afirmou que desconhece as ações e, ainda, que não há nenhuma ação no Ministério Público envolvendo o seu nome.
Procurada, a defesa de Orlando Diniz, antigo administrador do sistema e atual presidente da Fecomércio no Rio, não respondeu até o fechamento desta reportagem.