PM e estudantes da UnB entram em confronto durante protesto em defesa da universidade
Quatro alunos da Universidade de Brasília foram levados para a delegacia, após o ato em frente ao Ministério da Educação, nesta quinta-feira. Servidores terceirizados e estudantes protestavam contra a crise financeira da universidade, agravada nos últimos dois anos. As prisões foram efetuadas pela Polícia Militar que acompanhou o ato. O major Michello, da corporação, conta o ocorrido.
Após o ocorrido, dez coletivos sociais e estudantis compartilharam uma nota, nas redes sociais, criticando a ação da polícia. No texto, eles narram que foram surpreendidos com a “presença pesada da cavalaria e da força nacional”, como explica a estudante de Serviço Social, Ingrid Mangabeira, integrante da União Juventude Socialista, um dos coletivos que assinaram a carta:
Os estudantes decidiram, em assembleias por curso, que apoiariam a greve dos terceirizados da instituição. Parados desde a última terça-feira, eles decidiram pela continuidade da greve por tempo indeterminado. A categoria é contra as demissões impostas pela crise financeira enfrentada pela instituição.
Após a deflagração da greve, a reitoria da UnB publicou uma nota à comunidade, explicando o que chama de “reduções orçamentárias sofridas” pela instituição e demais universidades públicas federais. Segundo a reitoria, por conta do corte de verbas, foi deliberado, no ano passado, que a UnB reduziria gastos. Para isso, vem modificando contratos de serviços e reformulando o contrato com estagiários, por exemplo.
Para cumprir as metas de redução de gastos, a universidade se viu obrigada a demitir funcionários terceirizados e, por isso, deflagraram a greve na terça. Apesar de a reitoria garantir esforços pelo funcionamento dos campi da instituição, nos próximos dias, o campus da Asa Norte amanheceu vazio e com departamentos fechados nesta quinta-feira.
Desde o dia 12, estudantes ocuparam a reitoria da universidade e permanecem, também em protesto contra a crise financeira da instituição.
A UnB informou que parte da verba que arrecada com aluguel de imóveis e projetos, fica retida pelo tesouro nacional. Explica que, no ano passado, por exemplo, a arrecadação própria foi de R$ 110 milhões , mas R$ 22 milhões não foram autorizados para uso. Este ano, a universidade explica que prevê arrecadação também de R$ 110 milhões, valor que está sendo revisto, para se adequar ao teto estipulado.
O MEC contestou, em nota, as informações da UnB. Segundo o órgão, somente este ano já foram arrecadados R$ 15 milhões de reais, e foi tudo liberado. Cita também que, em 2016, a instituição arrecadou R$ 77 milhões a MENOS que o previsto. Até o fechamento desta reportagem, o MEC não informou os valores referentes à arrecadação própria da UnB, no ano passado.