Depósito de materiais pesados perto do Rio Paraíba do Sul preocupa população de Volta Redonda
Moradores de Volta Redonda, no Sul do Rio de Janeiro, estão preocupados com o crescimento de um depósito de metais pesados oriundos da produção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) à beira do Rio Paraíba do Sul, fonte de abastecimento de água de 80% da região metropolitana do estado.
A presidente da Comissão Ambiental Sul, Adriana Vasconcellos, relata problemas como cheiro forte, sujeira além de doenças respiratórias que já afetam moradores de bairros próximos ao local onde os resíduos estão se acumulando. Segundo ela, a população local quer o fechamento do depósito administrado por uma empresa multinacional contratada pela CSN.
O Instituto Estadual do Ambiente, o INEA, informou em nota que a empresa contratada pela CSN para administrar os resíduos possui licença de operação que está em processo de renovação.
Segundo o órgão, novas alternativas para reduzir o volume de material estocado já foram requisitadas à empresa como condicionante da renovação da licença. Mas Adriana Vasconcellos se preocupa também com o risco de contaminação do rio que abastece a maior parte da região metropolitana do Rio de Janeiro.
De acordo com o INEA, após vistorias no depósito, foram pedidas adequações ambientais necessárias. Ainda segundo o órgão estadual, ao longo de oito anos, a empresa atende às solicitac o es feitas e a nova licença de operação deve ser emitida em breve.
Em nota, a CSN garantiu que o material armazenado não é perigoso e não representa qualquer risco ao meio ambiente ou a saúde. A empresa disse ainda que negocia com órgãos públicos a doação desse material que classifica como estéril e é usado na fabricação de cimento que pode recuperar estradas fluminenses.
O pedido de fechamento de depósito chegou ao Ministério Público Federal e foi julgado extinto pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O TRF considerou o caso de competência da Justiça Estadual. Até o fechamento dessa reportagem, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça não confirmou a existência do processo que pode estar sob sigilo.