logo Radioagência Nacional
Geral

Mãe de brasileira morta na Nicarágua quer traslado do corpo; Brasil chama diplomatas

Nicarágua
Baixar
Graziele Bezerra
25/07/2018 - 09:41
Brasília

A mãe da estudante pernambucana morta na Nicarágua, na última segunda-feira (23), reclama que mais de 24 horas depois da notícia do assassinato da filha, não recebeu nenhum contato do governo do Brasil sobre o traslado do corpo de Raynéia Gabrielle Lima.


Em entrevista à Rádio Nacional, Maria José da Costa disse que não tem condições financeiras para trazer o corpo da estudante de medicina e sepultá-lo no Brasil.


“Eu quero o corpo da minha filha o mais rápido possível vindo para o Brasil, para vir para Pernambuco, para ter um enterro digno que minha filha merece. Nem eu, nem minha família, não fomos avisados de nada, a gente está às cegas, sem saber o que fazer. Eu não tenho condições. Custa caro o traslado de lá para cá. Eu não tenho condições. Sou aposentada, vivo com um salário mínimo. Eu não tenho condições de nada.”


Raynéia Gabrielle Lima foi morta com um tiro no peito que, segundo o reitor da Universidade Americana, Ernesto Medina, foi disparado por um "um grupo de paramilitares", no sul da capital Manágua.

 

Ela estava prestes a terminar a residência em medicina e planejava voltar para o Brasil no início do próximo ano, para exercer a profissão.


Em nota, o chanceler brasileiro, Aloísyo Nunes, lamentou a morte da estudante e condenou o aprofundamento da repressão, o uso desproporcional e letal da força e o emprego de grupos paramilitares na Nicarágua.


O governo do Brasil convocou o embaixador brasileiro na Nicarágua, Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos, para tratar do caso. Ele deve chegar nesta quarta-feira (25).


Além disso, a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Lorena Del Carmen, foi convocada para prestar esclarecimentos. Ela esteve no Itamaraty, em reunião com o subsecretário da América Central e Caribe, Paulo Estivallet.


A Nicarágua vive uma crise sociopolítica com manifestações que se intensificaram, desde abril, contra o presidente Daniel Ortega, há 11 anos, no poder e acusado de abuso e corrupção.


A repressão aos protestos populares já deixou pelo menos 300 mortos, de acordo com organizações humanitárias locais e internacionais.

x