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Fortaleza e região metropolitana enfrentam problemas com redução da frota de transporte público

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Pedro Rafael Vilela, da Agência Brasil
07/01/2019 - 09:57
Brasília

Quem precisou se deslocar na região metropolitana de Fortaleza, seja para trabalhar, visitar familiares ou outro compromisso, enfrentou, neste domingo (6), muitas dificuldades com a redução da frota de ônibus, por causa da série de ataques contra veículos, órgãos públicos, agência bancárias, estabelecimentos comerciais e equipamentos de segurança do estado.

 

Os atentados, organizados por facções criminosas, são uma represália ao anúncio do governo estadual de medidas para endurecer as regras no sistema penitenciário do Ceará.

 

Pelas ruas da capital cearense, o que se percebeu foi uma baixa circulação de ônibus. Os poucos veículos que vimos pelas ruas eram escoltados por três policiais militares cada um. Eles viajavam dentro dos próprios veículos para evitar qualquer tipo de ataque. Desde a última quarta-feira, dia 2 de janeiro, já foram incendiados 22 ônibus em Fortaleza, região metropolitana e cidades do interior.

 

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) anunciou operação emergencial neste domingo. Em Fortaleza, 77 linhas de ônibus estavão disponíveis aos usuários, com uma frota total de 108 ônibus. Para se ter uma ideia, a frota normal é de 1.810 ônibus urbanos e 350 metropolitanos, em mais de 300 linhas.

 

Em um hotel do bairro de Praia de Iracema, zona turística da cidade, por exemplo, funcionários da recepção não trabalharam neste domingo por falta de transporte público. O gerente do hotel, que tem carro próprio, teve que substituí-los.

 

Em um shopping da cidade, funcionários de uma loja, que encerraram o expediente às 22h, não tiveram como retornar para suas casas e dormiram no próprio local, na noite de sexta para sábado, por falta de transporte.

 

A maior parte dos pontos de ônibus ficaram vazios. Quem se arriscou a esperar algum transporte, ficou mais de uma hora para pegar linhas ainda em circulação.

 

No balanço mais recente da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, 86 suspeitos de envolvimento com a onda de ataques foram presos na capital e em mais 23 municípios. Já foram contabilizadas mais de 70 ocorrências, como incêndio de veículos, ataques a prédios públicos, entre outras ações de dado ao patrimônio.

 

Por determinação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, cerca de 300 homens das Força Nacional de Segurança já estão fazendo o policiamento ostensivo nas ruas de Fortaleza, em apoio aos agentes de segurança do estado.

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