A partir desta segunda-feira (7) o Ministério da Saúde inicia a Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo para tentar reverter o surto da doença que se alastra pelo país. Nos últimos três meses, o Brasil registrou mais de 5,4 mil casos confirmados. A cada 100 casos, 97 foram no estado de São Paulo.
A campanha contra o sarampo será dividida em duas fases. A primeira vai do dia 7 a 25 de outubro e é voltada para crianças de 6 meses a 5 anos. Já a segunda fase vai começar no dia 18 de novembro e será voltada para as pessoas de 20 a 29 anos que não estão com a vacinação contra o sarampo em dia.
Para estimular os gestores municipais, o ministério da Saúde promete R$ 206 milhões em incentivos para os municípios que atingirem a meta, que é vacinar 95% do público alvo.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, alertou para a chamada dose zero, que começou a ser ministrada em crianças de 6 meses a 1 ano. Normalmente, a vacina contra o sarampo é dada em duas doses, aos 12 e 15 meses.
“De 6 meses a 1 ano, quando não era recomendada a primeira dose, estamos fazendo a chamada dose zero. E depois fazemos as outras duas. Então essas crianças a gente vai blindar mais, porque elas são as principais vítimas fatais do sarampo”.
Das 27 unidades da federação, 16 não atingiram a meta de vacinação em 2018. Ou seja, a cada 10 estados, 6 não cumpriram a meta de imunizar 95% do público-alvo. Os piores resultados foram no Pará, com 76% das crianças vacinadas; Amapá, com 77%; e Bahia, com 80%; como destacou o ministro da Saúde.
“Esses estados como Piauí, Acre, Maranhão, Bahia, Amapá e Pará, que em anos seguidos estão na mesma situação, devem triplicar seu esforço, porque são neles onde estão o maior número de suscetíveis”.
Erradicado do território nacional em 2016, o vírus voltou ao país em 2018. Já foram confirmadas dez mortes, sendo nove em São Paulo e uma em Pernambuco. Cinco mortes foram de menores de 1 ano. Dos mortos, cinco não estavam imunizados, três não tinham registro para saber se estavam ou não vacinados e uma mulher tinha condições de risco para a doença.
A meta do ministério é alcançar 39 milhões de pessoas imunizadas até o próximo ano, o que representa 20% da população. Segundo a pasta, esta seria a porcentagem de brasileiros vulneráveis ao vírus. Em 2020, serão feitas campanhas para as demais faixas etárias que vão de 6 a 19 anos, e 30 a 59 anos.