Prédio histórico do Iphan no Rio de Janeiro passa por sua maior reforma em mais de 100 anos
Pela primeira vez em 40 anos, a Superintendência do IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, mudou provisoriamente sua sede no Rio de Janeiro. A mudança, no entanto, é por um bom motivo.
O prédio no qual funcionou durante todas essas quatro décadas, o edifício Docas de Santos, passa pela maior restauração dos seus 111 anos de história. Inaugurada em 1908, a obra pertence à primeira geração de edifícios construídos para a abertura da Avenida Central, atualmente Rio Branco.
O antigo prédio sede da Companhia Docas tem estilo eclético e foi projetado pelo engenheiro paulista Ramos de Azevedo. Além de ostentar portas entalhadas e pisos em mármore de Carrara, ele é decorado com temática marítima, referência à vocação naval da Companhia. Na fachada sobressaem proas de navios e gárgulas.
Segundo o superintendente do IPHAN, Manoel Vieira Gomes Júnior, algumas de suas salas preservam até hoje a originalidade do projeto. Outros ambientes, no entanto, tiveram obras de pintores de época cobertas por seguidas camadas de pintura e, agora, poderão ser reveladas.
O superintendente contou que a obra foi idealizada há cerca de 20 anos, num longo processo de planejamento que incluiu mapeamento de possíveis processos de degradação. Para Manoel Vieira Gomes Júnior, apesar do incômodo da mudança provisória de sede, o momento é de celebração para o IPHAN.
Com a mudança de sede, o projeto de restauro, que tinha prazo de 30 meses, reduziu para dois anos de duração. A ideia é voltar para o prédio histórico já no início de 2022, a tempo de desenvolver projetos para o bicentenário da Independência do Brasil.
Mas o edifício Docas não deixará de ser notado durante todo esse tempo. O Iphan informou que ele vai receber grupos de visitantes durante as obras, dentro do programa Rio Capital Mundial da Arquitetura 2020, quando a Cidade Maravilhosa será a sede do 27º Congresso Mundial de Arquitetos.
As obras do Docas de Santos vão custar cerca de R$ 13 milhões. Os recursos virão do Fundo dos Direitos Difusos, coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.