Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria indica que mesmo com mais de 11 milhões de desempregados no Brasil, metade das industrias afirmam ter dificuldade para contratar. O problema? Falta de mão de obra qualificada.
A dificuldade atinge todas as áreas, mas é mais expressivo na linha de produção, pela falta de técnicos e de operadores qualificados. Na Indústria de Transformação, o setor de Biocombustíveis, como a produção de Etanol é o que apresenta o maior percentual de indústrias onde a falta de mão de obra qualificada é um problema: 70%.
Indústrias do ramo moveleiro, de vestuário, produtos de borracha, têxteis e de máquinas e equipamentos, vêm na sequência. Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisas e Competitividade da CNI, explica que a qualidade da educação e o modelo focado na entrada da universidade são entraves para a formação de profissionais voltados para a indústria.
De acordo com a CNI, os impactos recaem sobre a produtividade. 97% das empresas afirmam que o problema afeta diretamente a competitividade da indústria brasileira. Renato explica ainda que a solução não é a curto prazo. De imediato, é necessário qualificar e requalificar a força de trabalho atual.
A longo prazo, é preciso intensificar os esforços para melhorar a qualidade da educação básica no Brasil, priorizando a educação profissional.
As mudanças aprovadas em 2017, permitem que o jovem opte por uma formação profissional e técnica dentro da carga horária do ensino médio regular. Ana Carolina Baia fez o ensino médio ao mesmo tempo em que fazia o curso técnico em rede de computadores no Senai - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Aos 17 anos, Ana Carolina trabalha em uma empresa de segurança de redes, que conheceu num evento de robótica. Ela começou este ano a fazer faculdade em engenharia eletrônica. Para a jovem, o curso técnico foi um diferencial.
Segundo o estudo da CNI, no Brasil, menos de 10% das matrículas do ensino médio são em cursos de educação profissional.