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Com morte de 7ª pessoa por intoxicação, vítimas dizem que ainda aguardam posição firme da Backer

Vítimas por intoxicação
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Gésio Passos
10/03/2020 - 09:56
Brasília

Mais uma pessoa morreu em Belo Horizonte suspeita de intoxicação pela substância tóxica dietilenoglicol.  A vítima teria consumido cervejas da empresa Backer.

 

A morte foi confirmada nesta segunda-feira pela Polícia Civil como sendo a sétima em decorrência da intoxicação. A Associação das Famílias das Vítimas da Backer confirmou que o paciente era Ronaldo Victor Santos, de 49 anos.

 

Desde janeiro, a Polícia Civil mineira investiga se a contaminação foi causada por cervejas da Backer.  A investigação teve início após pacientes relatarem sintomas de insuficiência renal aguda e alterações neurológicas.

 

Paula Soares é ex-mulher e amiga de Erico Lucke, internado desde dezembro em Belo Horizonte devido a contaminação pelo dietileno-glicol. Ela afirma que as vítimas ainda aguardam que a Backer assuma a responsabilidade de custear os tratamentos dos pacientes.

 

Em coletiva realizada na última sexta-feira, a polícia afirmou que 38 casos de intoxicação estão em apuração. A investigação ainda está em curso. Mais de 50 pessoas já foram ouvidas pela polícia, entre testemunhas, vítimas e familiares. Também já ocorreu perícia na fábrica da cervejaria.

 

Uma nova substância tóxica derivada do metabolismo do dietilenoglicol, chamada acido diglicólico, foi encontrada em 11 amostras pesquisadas pela polícia. Ela é responsável pelas lesões nos órgãos neurais e renais das vítimas.

 

Em nota, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais informou que foram notificados 31 casos suspeitos por intoxicação pelo dietileno-glicol. Apenas 4 casos foram confirmados pelo órgão, os demais 27 continuam sob investigação. A morte confirmada nesta segunda-feira é um dos casos que ainda está em investigação pela Secretaria.

 

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais desbloqueou parte dos recursos da Backer para cobrir o tratamento médico das vítimas. A justiça reduziu de 100 milhões para 5 milhões o valor do bloqueio judicial ocorrido em fevereiro.

 

Em nota, a Backer lamentou a morte do paciente e disse que já entrou em contato com a família, se colocando à disposição para ajudar no que for necessário.

 

Sobre a decisão judicial, a cervejaria disse que finalmente terá condições de oferecer suporte aos clientes e às famílias.

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