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Como ser mãe sem o abraço da família em tempos de Covid-19

Histórias da pandemia
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Anna Luisa Praser
10/05/2020 - 07:16
Brasília

O puerpério - primeiros dias após o parto - é conhecido como um momento de transição e aprendizados a respeito da maternidade. Uma das características dessa jornada de autoconhecimento é que ela tende a ser solitária; nela, a mulher descobre novos limites, aprende novas linguagens, aguça os sentidos e aprimora instintos.

 

Essa metamorfose ganha um significado ainda mais intenso quando, em condições normais poderia contar com uma rede de apoio, mas em razão da pandemia causada pelo novo coronavírus, a mulher se vê sozinha com um recém-nascido e precisa aprender a ser mãe da noite para o dia. 

 

É o que tem vivido a servidora pública Livia Godoy, mãe de primeira viagem de um nenê de 2 meses de idade. Ela relata que o isolamento social, somado a esse período de puerpério, trouxe à tona uma gama de sentimentos.

 

Sonora: "Ser mãe de primeira viagem já é difícil e, com isolamento social, mais difícil ainda..."

 

A inexperiência, o distanciamento social e a frustração de não estar vivendo a maternidade como era esperado mexe com todos os sentidos. É preciso ter paciência. Só o que uma mãe quer é um abraço da família e isso é justamente o que não se pode ter, nesse momento em que a pandemia não permite estar perto de quem a gente ama.

 

Sonora: "Ao longo dos dias foram chegando as notícias dos casos aqui, então tivemos que nos separar da família. Meus pais fizeram uma viagem e não pude interagir com eles..."

 

É preciso compreensão. O medo de que aconteça algo que ameace a saúde do bebê ou o deixe desamparado desequilibra qualquer mãe. 

 

Sonora: "Mas agora, com essa pandemia, ficar numa incerteza, e vai vivendo um dia de cada vez, sem saber como será o futuro. Ás vezes, é complicado com bebê pequeno, quando tem que sair pra fazer uma compra ou ir ao pediatra,..."

 

Então, se eu pudesse compartilhar com vocês, ouvintes, a breve experiência que ganhei enquanto mãe de quatro filhos, eu diria para quem convive com uma recém-mãe: tenha empatia. Não ter controle da situação traz preocupações e angústias.

 

E para as novas mães, mantenham a calma. Ninguém sabe de tudo sobre maternidade e, com certeza, jamais saberá. Tenham em mente que tudo passa e que você é a melhor mãe que seu filho poderia ter. Ao final de tudo, isso sairemos do outro lado mais unidas e bem mais fortes.

 

 

* Produção: Beatriz Evaristo

** Sonoplastia: Messias Melo

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