Em isolamento domiciliar e respeitando as orientações de saúde, o artista Weid Sousa tem tentado filtrar o excesso de informações externas, a respeito da pandemia do novo coronavírus. Mesmo buscando manter a saúde mental, ele notou mudanças nos sonhos que vem tendo, apesar de se dizer “íntimo” daquilo que já costumava sonhar.
Weid é um dos 31 voluntários saudáveis, da pesquisa realizada pela neurocientista Natália Mota e costuma relatar tudo o que sonha no aplicativo já desenvolvido pelo laboratório do Sono, do Instituto do Cérebro, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Na busca por entender se o isolamento social interfere, e como interfere nos sonhos, o grupo de pesquisadores resolveu comparar relatos, no aplicativo, de sonhos antes da pandemia, com sonhos ocorridos durante o isolamento social.
O que ficou constatado é que o isolamento vem alterando a forma como as pessoas sonham e como enxergam esses sonhos.
A conclusão foi explicada pela pesquisadora Natália Mota, que disse ser possível uma “associação entre as alterações nos sonhos da pandemia e o nível de sofrimento mental das pessoas “, durante esse período.
O ator Raphael da Matta não fez parte do estudo, mas é um dos que sentiram mudança nos sonhos, durante o isolamento social.
Também há quem sentiu uma outra mudança nos roteiros e na forma como os sonhos se desenrolam.
A professora e arquiteta, Clara Ovídeo, foi uma das voluntárias do estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e acredita que a correria da vida acadêmica, mesmo durante o isolamento, afetou os sonhos.
Ainda de acordo com a neurocientista Natalia Mota, os sonhos podem ser inspiração e o ato de compartilhar com amigos e profissionais pode ajudar a resolver os problemas pessoais que se intensificarem na pandemia.
Com produção de Michelle Moreira, da Rádio Nacional em Brasília, Sayonara Moreno.