Delineamento da fronteira que vai do Uruguai à Bolívia é ajustado, mas sem ganho de território
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atualizou a extensão da faixa de fronteira do Brasil com os países da América do Sul. O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (22), utilizou tecnologias geoespaciais, que permitiram o aprimoramento da divisa no trecho que vai do Uruguai até a Bolívia.
A área, considerada de segurança nacional, tem um 1 milhão e 400 mil km2, o que equivale a 16% do território brasileiro. A faixa se estende por 150 quilômetros de largura ao longo dos 15 mil quilômetros de fronteira com as nações vizinhas. Internamente, ela compreende 588 municípios, dos quais 432 estão inteiramente dentro da faixa e 156, parcialmente.
Apesar da atualização, não houve, segundo o engenheiro cartógrafo Fábio Ramos, ganho de território para nenhum dos países. O resultado foi apenas um delineamento mais preciso desse contorno, possibilitado pelas imagens de satélites de alta resolução.
O levantamento revela dois terços de toda a extensão da linha de fronteira ficam na Região Norte, com destaque para os estados do Amazonas e do Acre. As regiões Sul e Centro-Oeste também têm terras situadas na área, com maior concentração de municípios fronteiriços nos estados do sul do país, como detalha o engenheiro do IBGE.
Para realizar essas alterações junto aos 10 países que têm fronteira com o Brasil, o IBGE consultou o órgão do Ministério das Relações Exteriores, responsável pela demarcação e caracterização das fronteiras do país.
A medição atual teve como base o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas e o cálculo de áreas foi feito por geoprocessamento. O IBGE já havia calculado a área da faixa de fronteira em 1941, utilizando tecnologias disponíveis à época.
Também nesta segunda-feira, foi divulgada a lista dos 280 municípios brasileiros banhados pelo mar. O Brasil, maior país da América do Sul, possui 25 mil km de fronteiras, sendo 10 mil marítimas, junto ao Oceano Atlântico.