Sinalização nas estradas melhorou, mas caiu investimento, diz estudo
Um estudo m ostra que a sinalização nas estradas brasileiras melhorou mas a queda nos investimentos acende um alerta. O estudo foi realizado pela CNT, a Confederação Nacional do Transporte. Ele mostrou que a sinalização das BRs, as rodovias administradas pelo governo federal, melhorou entre os anos de 2013 e 2019.
O estudo comparou a avaliação feita pelos usuários das rodovias antes e depois da execução do Programa Nacional de Segurança e Sinalização Viária, o BR-Legal, criado em 2013, para padronizar a sinalização rodoviária na malha federal.
A proporção de pessoas que avaliavam positivamente os trechos que sofreram intervenção saltou de menos de 40% para quase 58%. Placas de velocidade, indicação de trechos perigosos, faixas de ultrapassagem visíveis não são meros detalhes para quem pega a estrada, seja a trabalho ou a passeio.
Segundo a CNT, em locais onde não existem placas de limite de velocidade, por exemplo, o número de mortes pode ser até duas vezes maior que nos locais onde a sinalização está presente. A ausência de faixas centrais em vias de mão dupla aumenta o risco de morte em 41%.
O estudo também mostrou problemas no programa BR-Legal, como atrasos na execução, que empurraram o encerramento da maioria dos contratos para 2021 sendo que a previsão inicial era 2018, falta de fiscalização das obras e falta de planejamento para priorizar o investimento em trechos mais perigosos. Esses são problemas apontados também pelo TCU, o Tribunal de Contas de União.
Mas o que mais preocupa o setor é a queda nos investimentos. Enquanto em 2010 o orçamento da união destinava cerca de R$9,5 bilhões para manutenção das estradas, o volume hoje caiu mais da metade, cerca de R$4 bilhões. Quem explicou os impactos disso foi o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.
A crise econômica e a Emenda à Constituição que limitou o teto de gastos públicos explicam a redução no orçamento. No ano passado, os 67 mil acidentes de trânsito nas rodovias federais custaram mais do que o dobro do que foi investido em manutenção, algo em torno de R$10 bilhões em serviços de resgate, gastos hospitalares, e previdência social. O cálculo também é da CNT.
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