Associações médicas lançam manifesto por veículos menos poluentes
A poluição do ar causa a morte de mais 9 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
E, no Brasil, são mais de 51 mil vidas perdidas por ano. Além disso, a poluição é responsável por 50% dos casos de pneumonia em crianças, 25% dos casos de acidentes vasculares cerebrais e 29% dos casos de câncer do pulmão.
Para chamar a atenção da sociedade para esse problema de saúde pública, associações médicas lançaram, nesta terça-feira (15), um manifesto pela fabricação de veículos menos poluentes.
De acordo com o manifesto, a fabricação de veículos padrão Euro VI, menos poluentes conforme determinação do Proconve, o Programa de Controle de Poluição do Ar, deveria começar em 2023, mas os fabricantes de automóveis estariam solicitando uma prorrogação de mais três anos.
E essa prorrogação significaria mais tempo de poluição nociva no ar. O presidente da Associação Brasileira de Pediatria, Carlos Augusto Mello, afirma que há pesquisas na Inglaterra que relacionam a poluição do ar com deficiências no desenvolvimento de crianças e que detectaram partículas poluentes até na placenta das mães.
E há outro agravante: de acordo com o procurador do Ministério Público Federal, José Leonidas Bellem de Lima, as associações de fabricantes estariam se articulando com o Conama, Conselho Nacional do Meio Ambiente, por terem certeza de que conseguiriam seu pleito por lá, desfigurando o propósito do conselho, que é de melhorar a legislação ambiental.
Em nota, a Anfavea afirmou que o pedido de adiamento é apenas para debater um prazo suficiente para compensar os atrasos que a pandemia vem causando nas atividades de pesquisa e desenvolvimento e que sugere o prazo de adiamento de 1 ano e meio e não 3 anos, conforme o manifesto.